Antes da minha participação na blogosfera, vivi sempre rodeada de poesia e poetas...
Tanto no estrangeiro como agora desde que vivo em Portugal…
Da Alemanha a Paris era um estantinho, para ir fazer emissão na rádio Alfa…
ou para ser entrevistada…
De rádio em rádio, de jornal em jornal, de televisão em televisão…
deixa-me saudades esse tempo, mas muito belas recordações…
Hoje senti-me um pouco nostálgica…
Fui ao meu disco externo onde tenho tudo guardado do lançamento do meu livro e algumas relíquias minhas…
Encontrei este poema meu em dueto com um amigo poeta que hoje infelizmente já nem noticias dele tenho…
Mas a vida é assim mesmo hoje uns amanha outros, o que importa é a passagem nas nossas vidas e deixar boas recordações…
Aqui deixo uma das minhas melhores recordações…
VOU VOLTAR...
Alzira Macedo
Um dia voltarei, quando eu não sei!
E em criança me transformarei
Poder viver tudo que sempre sonhei
Pés descalços, tranças ao vento!
Sorriso no rosto,
a felicidade presente a todo momento
Um dia vou voltar,
a correr debaixo da chuva
Cantar sem medo,
mesmo espreitando o perigo em cada curva
Vou saltar à corda
jogar ao mata, até mesmo à macaca.
Jogar ao esconde – esconde,
ir colher mimosas de onde a onde
Ouvir a voz da minha mãe chamar,
são horas de arrumar
Vai ser belo poder a criança voltar
Deixar de ter certezas,
e sentir que a vida tem beleza.
Certezas não levam a nenhum lugar
Apenas serve, para te enganar.
Quero voltar à minha infância,
Naquele lugar onde havia tolerância
Viver no campo onde havia calma e paz.
Mesmo sendo a sonhar!
Sei que um dia vou lá voltar
O Nosso Passado
Ferdinando
Voltei ao passado distante...
Horas de cetim vividas no tacteio dos sonhos.
Beijos que trocamos na colina do desejo,
que nos amarrava ás horas e aos dias,
na solidez do nosso entendimento...
Irreais objectos, mudos como pedra!
Vivemos o fervilhar da força e da vontade,
na urgência de nos querer entre os anseios,
onde a vida em cada instante era só nossa!...
no testemunho das madrugadas e das sombras...
Na retina dos espaços e dos ventos,
A vida ofertou-nos horas de prazer...
Vividas no desfraldar dos tempos...
Onde a saudade ainda chora no distante!
Ficamos amantes, num mutuo olhar apetecido, Horas várzeas, sonhos gritantes... Folhei os dias no diário da vida!
Alemanha