Sozinha..
Interrompi o dialogo entre o silencio e o relógio
para gritar á noite toda a minha raiva
A lua assustada, escondeu-se por instantes
sabendo ela tudo, reapareceu sorridente majestosa
sensual com a sua seminudez
enamorou as estrelas,
que rapidamente se acenderam uma a uma
ali fiquei quanto tempo não sei…
lhes falei das velhas arvores cheias de segredos meus
cheias de sonhos e promessas
a noite silenciosa ouvia apenas minhas ressonâncias
as que minha mente transporta para o alem
deixando-me vazia e sem ninguém
sem mesmo tu para confirmar este lindo amar
uma lagrima que se soltou,
percorreu seu rumo silenciosamente
morreu em meus lábios deixando sabor a sal
sabor esse que acordou em mim a recordação
de um corpo teu que já foi meu
as palavras retratam-se, pela ousadia da imaginação
corpos e mentes entrelaçados num só
rejeito o escrever pela significação
da brutalidade com que pode entrar no ouvido
cansada de palavras fúteis
deixo-me navegar pela recordação do vivido e nunca contado
do sentido e nunca explicado
Sozinha eu e a noite
o palco mais a colhedor, mais amigo
de todos os enamorados errantes
em busca do seu próprio ser
Não me encontrei nesta noite
Mas imaginei tudo quanto não posso divulgar
trazendo até ao papel este poetar
Alzira Macedo
29/07/2014
Encosto-me á lua nessa vasta imensidão
o grito do silêncio é meu
Lua que me embala nos seus braços
deixo a mascara do dia seguir seu rumo
ao vazio da escuridão
sem sorriso, sem lagrimas, sem olhar
nem mesmo um pensar
ou apenas um...
Acendo a vela da imaginação
Deixando-me levar aos recantos encantados da alma
encontro-me só
depois de um longo caminhar
os passos soam tristes na calçada
arrasto-me pela noite dentro como de uma floresta fosse
o cheiro das flores invisíveis, invade minhas narinas
ergo o olhar, uma estrela me sorri,
com uma luz que mal me guia
tento encontrar outra luz, não consigo...
Perdida na noite tento encontrar-me
em que caminhos me meti, não encontro saída
um autêntico labirinto
O que sou, onde estou, para onde vou
ai noite, noite que fazes errar qualquer caminhante
amo a noite pelo seu sombrio,
Poder ser quem sou, desnudada dos caprichos do mundo
sem fingir, sem etiquetas suspiro
sina ou escolha minha
é a magia da poesia
essa que teima abandonar-me
pelo tempo, que passo sem ela
agarro-me às notas de musica inventadas por mim
um ritmo melodioso, lento como o pensar desta minha noite
termino essa viagem com frio na alma
um arrepio percorre meu corpo
a solidão apresentou-se como minha companheira
impossível fingir um sentimento tão forte e sentido
enquanto não atravessar esse deserto
jamais conseguirei sair da noite
Poema de Alzira Macedo
Que dirias se um dia eu partisse
meus sarrabiscos nunca mais lesses
meu sorriso nunca mais vices
minha voz nunca mais ouvisses
minhas mimicas ficariam frígidas
pelo rigor dos músculos que não movem
não sentem
ás vezes no silencio do meu quarto penso na minha partida
vaguei-o na branda lembrança...
dos dias em que sorri
em que para ti percorri sonhos com a certeza da solidão
levava comigo a força do vulcão
gritei toda a raiva que o amor me ditava
toda a calma que a alma aclamava
tudo quanto soube em ti depositei
hoje nada mais sei
Sei apenas que se partisse
algumas lagrimas iriam juntar-se ao rio
o tempo, apenas o tempo do aliviar a consciência
Depois a primavera voltaria noutro sorriso
noutra voz, noutras poesias
e eu...
Ficaria eternamente calada sem sentir
sem cheirar, sem sorrir, até mesmo sem chorar
o tempo passa fico como a lembrança branda
de um dia ter dito, desejado e nunca vivido
Acordei...
acordei de um sonho ou pesadelo
de uma luta ou uma treva
só sei que acordei
Sorrio á vida quero nela permanecer
ser amor vulcânica rebentar o que vai em mim somente em mim
se por ti já tinha morrido
aprisionada ao grisalho de cada manha
á voz que não pode libertar-se
o sorriso coberto pela lagrima
e tanta pagina branca ficaria
essa que só eu posso preencher
que só eu posso escrever
para isso necessito viver
viver a liberdade que me viu um dia nascer...
Sem querer apareceste...
Não te esperava!!
Não esperava reencontrar o que há muito havia perdido...
Trouxeste-me de volta o brilho no olhar...
O sorriso nos lábios...
Mas também o medo de me machucar.
Não te culpo por trazeres de volta um sentimento
Que eu havia prometido apagar de mim.
Mas culpo-te por fazeres desse sentimento o melhor que eu já senti...
De um jeito muito especial
Fizeste-me acreditar de novo que o Amor pode ser verdade...
Nunca amei...
Não sei bem o que essa palavra significa para mim...
Mas o importante agora é que sinto por ti algo que nunca senti.
Não te prometo a perfeição, pois isso eu não tenho...
Mas prometo o meu melhor desempenho!
És alguém mais do que especial para mim!
És alguém diferente...
Assim como eu sou...
És um desafio para mim!!
E sem que eu percebesse
Escreveste o teu nome no meu coração e aqui o deixaste.
És uma das melhores coisas que na minha Vida aconteceu...
Tu não és um brinde... mas sim um presente...
Um presente que Deus me deu!
(Henriques Samuel)
Quando nossa imaginação anda em construção ou mais parada, não podemos passar ao lado de belos textos...
Li, gostei e agora convosco partilhei...
Li e senti vontade de partilhar...
Um bom exemplo para pensar... Existe um ditado dos indígenas americanos que diz:
" Só andando com os sapatos dos outros é que poderiamos saber como é a vida de alguem "
(acho que cabe bem neste poste de hoje)
Aqui vos deixo um filme que vale a pena ser visto, para refletirmos e valorizarmos o que temos, que é mais do que acreditamos ter...
O filme fala por si, não precisa saber inglês... Tem a coragem de o ver até ao fim e partilha
(Cuidado com o que pede ao universo, pode obter e não gostar do resultado)
Alzira Macedo
Escrito em
06/01/2010
Um pensar de outono…
Aqui escrevo e deixo pedacinhos de minha alma,
“Nunca amamos ninguém."
Amamos, tão somente, a ideia que fazemos de alguém. É um conceito nosso em soma é a nós mesmos que amamos.
Isso é verdade em toda a escala do amor.
Fernando Pessoa