Só com amarras de amor, prende-se um lobo do mar...
(by jan)
Içaste as velas, navegaste no meu corpo
E como se fosses hábil marinheira
Nos levaste para o leito de um rio de carícias.
Afim de garantir que não perderias o rumo,
Usaste teus braços, como leme, direcionando-nos
Até aportarmos na cama, onde nos desnudamos famintos,
Entregando-nos ao prazer, naquela noite plácida, calma,
Lentamente, num gozo infinito, tantas vezes repetido.
Sem usares springs, cabrestantes, ou retinidas,
Cuidadosamente, amarraste nosso barco, com teu carinho
Em nosso caís de amor pleno, intenso, desmedido...
Para não retornarmos à realidade, nos beijamos muito,
Despertamos nosso desejo tanto tempo adormecido,
Afastados que estávamos sem razão e sem motivo.
Foi assim que fizemos, daquela noite, a única testemunha
Do nosso amor que, diferente do desejo, jamais adormeceu,
Agora sabemos, ao vê-lo atuar, o quanto é capaz ainda de nos envolver
E, após intensa e demorada tempestade, de nos levar a um caís tranqüilo
De infinito prazer que só sentem aqueles que se amam verdadeiramente,
Como nós, seres intensamente apaixonados, habitantes dos sonhos de deuses,
Eros no Olimpo, ao navegar de volta, para os braços de sua Afrodite,
Nas, agora, tranqüilas águas de um amor definitivo, quiça para sempre...
Homenagem ao poeta e amigo
By Jan
Alzira Macedo