Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013

Folhas em branco

 

 

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Um pensar de outono…

 

Aqui escrevo e deixo pedacinhos de minha alma,
Alma vestida de outono,
Que deixa brotar das lagrimas a doce magia das palavras,
Que vive de sorrisos e de raios de sol tímidos.
Alma feita de melancolia,
Que se perde e se reencontra no toque suave de uma brisa.
Alma enfeitiçada, pela descoberta do querer viver
não importa em que estação.
Ao nascer, é-nos oferecido o livro da vida, com páginas em branco.
Essas que a cada estação,  paramos, para dar cor ao livro.
Não é obrigatório seguir as indicações alheias.
Mas inocentemente,
deixamos que os pais e a sociedade escrevam  por nós os primeiros capítulos,
e pode acontecer que não seja do nosso acordo,
Da nossa forma como vemos a vida,
Podemos mesmo ter vontade de misturar as estações
esticar a que mais gostamos…
Mas nada nos obriga a continuar a história da forma como começou…
Hoje é dia de dar asas a liberdade de expressão, deixando fluir os mandamentos do coração
Dar cor ao livro, carregar ele com as mais belas loucuras vividas e não sonhadas…
As letras e as palavras unem-se como dois corpos, duas vidas
e formam pequenas emoções sem definição e sem Limites, os nossos rebentos …
As folhas vão se enchendo pouco a pouco,
Deixando algumas em branco que são as oportunidades perdidas e esquecidas…
E no final do livro encontra-se uma página não preenchida
Paro e reflicto, oiço os sussurros do meu coração,
Fazendo deslizar a lagrima da saudade ao dizer-me que é a folha
dos segredos que ficarão comigo para a eternidade…





Alzira Macedo



publicado por Alzira Macedo às 08:14

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Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010

Porque sou assim...

 

 

 

Porque nunca desisti…



Refugiei-me no silencio
para acalmar minha dor
encontrar respostas ao que me perturbou
aos acontecimentos
que se atropelaram em minha alma
fiquei ávida
desmotivada
triste
enraivecida
desprezei a vida
apenas quis escuridão
quis sofrer sozinha
sem nada dizer
para não martirizar
para não entristecer
porque me carimbaram
como forte
como guerreira
como confiante
como feliz e sorridente
Não quis que notassem
nas trevas que entrei
os dias e as noites que chorei
o desgosto que de mim se apoderou
e pouco do que era restou
refugiei-me
para me encontrar de novo
para voltar sorridente
forte como sempre
Hoje aqui estou
derramando uma lágrima
um sorriso
um aconchego
não depende somente de mim
o tempo que irei ficar
depende de vários factores
chamados VIDA
essa que pode ser bela
como triste
sinto-me num impasse
se voltei
ou se permanecerei
 perdida mais um tempo
neste desaguar de desencontros
ou nesta luta de conquista
porque não desisto
 nunca desisti
não desistirei , enquanto viverei

 

 

Alzira Macedo

 

 

 

 

musica: Caravan
sinto-me: Tentando não desistir
publicado por Alzira Macedo às 22:04

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Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2009

A hora do conto

 

Hoje meu poste é bem diferente do Habitual, e vocês vão já ver porquê…

Deixo aqui um conto digno de ser lido por todos, não fui eu que o escrevi não saberia fazer tal…

Mas sim um Senhor que por acaso ou não,  tem o mesmo nome que o meu (Macedo)
Será parente meu? Daí termos a veia apurada para a escrita…
Ainda gostava de saber se temos laços familiares e até irei começar a pesquisar nesse sentido…

Esse Senhor como dizia é avô de minha querida amiga Thecka bem além mar (Brasil) moram eles.
Minha amiga tem uma enorme admiração pelo seu avô, e enviou-me alguns textos dele o que adorei ler e vou publicar, pois admira-me ainda não terem publicado tal maravilha…

Meus parabéns Josias Macedo pelo que escreve pelo que transmite e por esses belos 77 anos é de louvar mesmo…

 

 

 

 

 

 

 


O FORASTEIRO




Por: Josias Macedo Neto


Naquela tarde de dezembro, um homem com chapéu de couro, fumando um cigarrinho
enrolado em fumo cru, sentado no batente de sua casa, vendo o passar de gente
pra lá e pra cá, pois a feira era lá defronte, depois da linha do trem, jamais
poderia imaginar que seria participante de uma das histórias mais estranhas
daquela cidade chamada Esplanada, minha terra natal e que teria o seu final em
Aporá, povoado não muito longe.  Lá, todo mundo se conhecia. Por isto ele tomou
um susto quando um estranho se aproximou e iniciou uma conversa mole com o
linguajar de gente do interior, que era o dialeto do povo, por isto peço
desculpas pelos erros de português. Foi assim que começou o falatório:
- Oi moço, que mal lhe pergunte, vosmicê pode me apontar pra que bandas fica a
casa de seu Gregório, o alfaiate?
- Se está vendo que não é daqui, pois até jegue e cachorro vira-latas sabem.
- Sou forasteiro, vim de muitas léguas atrás, a pé, de carona em carro- de- boi
e até no lombo de uma égua.
- Como caboclo desconfiado, não posso abrir boca pra responder o que quer ouvir,
sem antes saber por que este seu interesse.
- Será que até aqui no interior, também tem a corrupção? Quanto quer para passar
o informe?
- Se está vendo também que o cabra apesar de pouco letrado como eu, ouve muito
as rádios que falam dos deputados que estão enrolados com a tal corrupção que
deve ser uma bandida muito bonita para ter tanta gente graduada atrás dela!
- É assunto particular, de muita urgência, caso de vida ou morte. Diga logo
quanto quer  antes que arrependa, pois não gosto de andar por aí dando dinheiro
a qualquer um só para descobrir uma morada.
- Aí vosmicê me ofendeu. Não sou qualquer. Sou Beribório, o vaqueiro mais famoso
de toda a região. Mudo uma boiada de um sertão em brasa, de fazenda para
fazenda. Todo mundo chega sem carrapato, doença alguma e tudo lizinho e
brilhante que nem parece que tomou tanto sol nas lombadas. Sem faltar nada. Ao
contrário, muitas das vezes até com alguns a mais, os bezerros que nasceram
pelos caminhos.
- Compadre: não estou aqui para ouvir suas aventuras. Vai dizer ou não vai? Caso
não, vou perguntar àquela mulher que está vendendo jacas ali na beira da estrada
perto das linhas da ferrovia. Ta vendo?
- Só se é doido. Sua vida não valerá nem um vintém se chegar perto dela. Pode
botar o seu chapéu cobrindo as ventas para ela não ver a sua cara, pois é
igualzinho ao homem que roubou a filha dela numa noite de tempestade, depois de
passar uma semana na roça aqui perto, nos comes e bebes dos melhores, pensando
ela que ele era interessado em comprar umas terras para plantar mandioca e
fazer uma casa de farinhas, que é a especialidade dela passada de pai pra
filho, desde o seu bisavô.  Já se foram alguns anos e ninguém descobriu até
hoje o paradeiro dos dois. Jurema, este é o nome de batismo dela, porém todo
mundo chama de Jô. Jurou cortar em pedacinhos o dito cujo se algum dia
atravessar em sua frente. Por isto ela só anda com aquele facão amolado
pendurado na cintura Um dia destes foi um Deus nos acuda, quando ela quase
estraçalha um jagunço que viu de costas e pensou se tratar do tal ladrão, que
se chama Pedrão. Só porque um barraqueiro da feira gritou:
- Pedrão! Quanto tempo. Por onde andava?
Quando o homem sentiu a facãozada, virou assustado, mas já era tarde. Agora só
tinha uma orelha. Era sangue pra todo lado e a Jô pedia perdão enquanto o
pessoal acudia e levava a vítima para o ambulatório. Sorte dos dois, pois tinha
um doutor de plantão, coisa rara.
- Ave Maria, estou em apuros. Preciso sair daqui. Por favor, me ensine logo onde
posso encontrar o alfaiate.
- Vai desembuchar ou não vai, sobre esta tão ligeirada procura?
- Ta certo, conto. O caso é que estou com casamenteira prometida com uma morena
muito bonita, mas que tem uma promessa a cumprir. Prometeu ao Padre Cícero que
só casaria com um homem se este estivesse vestido de Lampião. Como existe uma
fama de que o avô de seu Gregório que era alfaiate e costurava as roupas de
Maria Bonita e de seu famoso e destemido companheiro, preciso falar com o seu
neto que herdou a profissão, para ver se ele faz a tal desejada vestimenta.
Fico esperando a feitura nem que tenha de dormir em pé.
- Agora que seu sei qual é o caso, pode entrar. Está falando com o filho do
procurado. Vou fechar portas e janelas por segurança. Meu pai está lá no
quintal torrando farinha para ganhar alguns, pois fazer roupa pra outros está
bem escasso.
- Não posso acreditar! Que sorte danada.
Depois de apresentar o procurador ao achado, todos se sentaram nuns bancos e
começaram a soltar conversa.
Então é o homem que vai salvar meu problema? Prazer em lhe ver! Quanto me vai
cobrar? Vende fiado?
- Vosmicê ler um pouquinho?
- Claro. Cursei quase todo o primário e até me chamam de doutor lá onde moro.
- Então leia aquela placa lá atrás da porta que está virada pra nós.
- "Fiado só a quem tem 80 anos acompanhados da avó"! Na verdade, estava
brincando. Tou cheio da bucha. Vendi duas cabeças de gado e mais algumas cabras
e o que tenho dá pra comprar dez vestimentas. Vim a pé, pedindo ajuda pelo
caminho e com estes trajes de pobre para não atrair os assaltantes.
-A sua sorte além de danada é grande demais. Tenho aí uma roupa de cangaceiro do
seu tamanho e que foi abandonada aqui por um sem vergonha que encomendou e nunca
veio buscar. Arranjei até o chapéu e alguns acompanhamentos e pronto.  Pode
casar.
-Não sei como lhe agradecer. Como a tarde já está caindo e a noite chegando,
posso dormir aqui? Amanhã bem cedinho darei no pé antes que a tal vendedora de
jacas me veja.  Posso?
-Olhe seu menino: ouvi a sua conversa com o meu filho e posso lhe adiantar que
vou salvar a sua pele, pois não acho que seja o que roubou a filha de Jurema,
que por sinal  é também filha  minha com ela. Deve sair daqui assim que enrolar
a roupa, o chapéu e me pagar bem, pois daqui a pouco ela vai entrar por aquela,
desde que, na condição de minha mulher, aqui ela mora. Por ser tão parecido com
o infeliz, ela nem vai pestanejar. Será o seu fim.
-Credo Deus Padre, Nossa Senhora, que situação a minha!
- Calma. Por descarga de consciência vou fazer um teste com voismicê forasteiro,
para não restar alguma dúvida. Tenho duas filhas, as mais chiques que podem
existir, além deste filho que está aí, danado de bom com as boiadas.  Uma dela,
a mais velha, só gostava de namorar soldado de polícia e não queria saber de nos
ajudar a fazer farinha e trabalhar com a mãe na feira. Um dia saiu pra novela de
Santo Antonio e nunca mais voltou Minha pobre Jô não tem mais lágrimas para
botar pra fora. Apesar de ser uma filha mal criada era dela que ela gostava
mais, pois dizia que parecia com a mãe, minha sogra, que Deus tenha em bom
lugar. A outra, a levada por um descarado, era boazinha, ajudava nas costuras e
não fazia cara feia quando a mãe pedia para vender verduras e frutas na feira,
pois temos um sitiozinho que dá de tudo, Vem gente de longe comprar as nossas
jacas.
-Que teste é este, homem de Deus? Estou aflito.
-Aqui está uma fotografia das duas, bem recente, tirada por um lambe-lambe que
apareceu por esta região. Olhe bem: conhece as duas ou alguma das duas?
-Santa Virgem Maria, não é que aqui está toda sorridente a minha Gabe? Juro que
não roubei ela. Apareceu lá em casa numa noite chuvosa, de lama dos pés a
cabeça e minha avó Clarinda com pena dela deixou morando  lá em casa. Um dia
começamos a namorar e agora resolvemos casar. Em vista desta promessa dela, já
contada, estou aqui comprando esta roupa.
- Valha-me São Benedito, berrou Gregório, o alfaiate, Esta é a minha filha
fujona, a Gabriela, conhecida mais como Gabe como voismicê mesmo disse!
-Conheço também esta outra a Florisbela, viúva do meu irmão gêmeo. Agora estou
entendendo. Nunca contaram que eram irmães.
- Corra Beribório. Traga sua mãe aqui, mas antes tome o facão dela. Diga logo
que sabemos onde estão as nossas duas filhas e o homem que está aqui dizendo
tudo não é o que roubou a Flori.
Não demorou muito: entrou desembestada como uma louca a vendedora de jacas, mãe
das duas filhas sumidas no mundo e em prantos ouviu toda a história de
forasteiro. Num grande abraço, muito agradeceu as novidades e combinou que
todos viajariam juntos para a casa dele e para o seu casamento e para encontrar
as filhas que lhe matavam de saudades.
- Tem ainda um detalhadamente, falou o homem portador das boas novas. Não querem
me perguntar como e quando o meu irmão morreu?
-Sim. Tem razão. Como e quando? Arrematou a velha mãe, já sem raiva e vontade de
vingança, pois o ladrão de sua filha já tinha batido as botas.
- Meu irmão morreu de parto!
- Vige Maria, como pode ser?  Homem não pare! Disseram em uma só voz, o pai, a
mãe e o irmão da viúva da família.
- Foi assim. Sua filha em questão engravidou e na hora do parto ela gritava
tanto que meu irmão resolveu entrar no quarto onde a aparadeira estava fazendo
de tudo para solucionar o nascimento. Ao ver aquele pequeno ser pendurado num
cordão, chorando aos berros, não agüentou de tanta emoção. Caiu pra trás e
morreu na hora.
 -Então quer dizer que temos uma neta ou um neto?
 - Uma neta, dona Jurema.
  - Então sou tio, não é?
   - Chama-se Juremar. Em homenagem a mãe da mãe e avó da menina que veio ao
 mundo na hora que o pai se despediu do mesmo. Ela já tem dois meses e é
danada. Parece que tem mais. Quando começar a andar vai correr e brincar como
uma cabritinha.
-Vamos preparar a viagem logo, antes que sua noiva, nossa filha, pense que
voismicê debandou e não volte para casar, disse angustiado o velho alfaiate.
Conta à voz do povo que nunca se viu um casamento igual ao do forasteiro que se
chama Pedro. Tinha vaqueiros de todas as partes, muita sanfona tocando e uma
arrasta-pé que durou dois dias e duas noites, com muito milho cozido, bolos de
toda qualidade, cachaça da boa, muito bode assado. O que chamou mais a atenção
era se ver uma idosa vestida de caipira sempre abraçada com a noiva vestida de
Maria Bonita e seu noivo vestido de Lampião, a irmã da casada vestida de Nossa
Senhora e uma bela e loira menininha nos braços. Foi a primeira vez que o
menino Jesus virou menina. O irmão e o pai das moças já faladas nesta história
também ficaram famosos. Um se vestiu de São José e o outro de um dos Reis
Magos.  Muitos bois, vacas, jegues e carneiros estavam também na festa. Salvo
fazer a criança de o presépio virar garota, quando deveria ser um garotinho,
tudo estava nos conformes para uma véspera e uma noite de Natal. .
O forasteiro, o boiadeiro, o alfaiate e a vendedora de jacas, com as suas duas
filhas e sua netinha, pousaram para uma fotografia, cujo quadro devidamente
emoldurado até hoje reina soberano nas velhas paredes da igrejinha do lugar,
marcando o fato histórico, quando um homem morreu de parto e Jesus virou
Jesusa. Como diz que Anjo não tem sexo, quem sou eu para duvidar do sexo do
mais importante e mais maravilhoso Anjo que já esteve na terra?

 

Josias Macedo Neto
77 anos

musica: La longe senhora
sinto-me: magicamente bem
publicado por Alzira Macedo às 11:26

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