Meus amigos…
Lentamente está a chegar o dia em que a família se junta e comemora o Natal…
Mas para isso há uma serie de preparativos a fazer…
Eu Como mãe esposa e filha também não fujo á regra…
Então lentamente, me irei fazendo sentir menos presente neste meu mágico mundo.
“o mundo virtual” Mas não pensem por isso que me irei esquecer de algum de vocês…
“Jamais, never, nunca, ” Apenas não falarei tão assiduamente ou postarei como gostaria de o fazer…
Mas o tempo não cresce e nesses dias torna-se ainda mais curto…
Virei cá calma, não me virem já as costas “Senão choro” ahahahaha
Bem meus amigos hoje decidi vos deixar com uma historia de natal…
Mas não é uma historia qualquer, é uma historia real e contada aliás escrita pelo meu amigo Albino Pinho Emigrante na Suíça Payerne…
Esse amigo que é também o autor do meu prefacio no meu livro “Longe da vista, nunca do coração”
No conteúdo dessa historia irão perceber o porquê de me ter cativado e ter pedido autorização para a publicar…
Amigo Pinho para ti e tua família, desejo um Santo e Feliz Natal, nessas terras longínquas cobertas de neve e saudade do vosso país, da vossa família, de tudo quanto vós um dia deixas-te para partir…
sabes o quanto te prezo amigo aqui tens mais alguém que te terá no pensamento…
O Natal do Teodoro
Depois de mais uma noite mal dormida.
Teodoro, ainda em pijama, contempla na linha do horizonte o nascer de mais um dia, neste mês de Dezembro, enquanto a chuva dita de "molha todos" batia, tocada por fortes rajadas de vento, na vidraça do Lar de Idosos.
Teodoro era um dos muitos utentes do Lar, as circunstâncias adversas, solidão e males crónicos que padecia, obrigaram-no a deixar a sua casa, que tanto lhe custou e tão pouco gozou.
Recém-casado e para fugir á miséria e á guerra colonial, Teodoro como centenas de milhares de Portugueses na época, tinha emigrado ao "assalto", nos anos 60 para França.
Pouco tempo depois mandaria vir a sua Maria, que tinha ficado na aldeia em Portugal.
Em terras Gaulesas, nasceram os seus filhos e foi na construção civil, durante décadas, que Teodoro trabalhou duro, aproveitando todos os trabalhos extras, para dar sempre uma vida material melhor a si e aos seus.
Enquanto a sua Maria fazia um rodopio, entre o esmerado trato dos filhos as lides caseiras, e as horas de "menáge" em várias patroas e em horários de conveniência...
Muitas vezes noite dentro e fins-de-semana, umas com descontos para a securité social e a maioria ao negro.
Foi assim que Teodoro e Maria realizaram em parte o seu sonho, o sonho da maioria dos emigrantes Portugueses...
Construir a casa na aldeia, dar uma boa formação aos filhos, se possível doutores!!! Para não passarem as mesmas dificuldades, terem estatuto e mais respeitabilidade.
Depois de concluída esta etapa, a seguinte seria fazer o pé-de-meia, para quando chegasse a hora de render a guarda, regressar definitivamente ao seu torrão natal, com a consciência do dever cumprido.
Desfrutar finalmente da sua casa a tempo inteiro, dos ares da terra, das festas, dos amigos, em soma da vida, tudo isto sem grandes aflições financeiras, sempre na companhia da sua Maria.
companheira incansável de tantas horas amargas, de sonhos, de projectos, de tantas nostalgias e algumas alegrias...
De tantas viagens de ida e volta no mês de Agosto á aldeia.
Mas há sempre um mas...
E ao virar a casa dos 60, Teodoro e Maria começam a frequentar mais amiúde os consultórios médicos e as urgências dos hospitais.
As más-línguas dizem que as causas, são de tanto trabalharem, outros dizem, que são simplesmente contingências da própria vida.
Aquela alegria do regresso começa a dar lugar á dúvida, a saúde da Maria vai-se degradando dia após dia.
A do Teodoro, também não é famosa, diabetes, atrozes, problemas na coluna, colesterol elevado etc...
Obrigam Teodoro e Maria a encostar ás "boxes" mais cedo que o previsto.
O conselho do médico, e já com a reforma antecipada ganha, Teodoro e Maria regressam quase definitivamente às suas raízes, tantas vezes sonhada, mas nunca desta forma.
As viagens periódicas a França para uma visita médica obrigatória, especialmente para a Maria, eram aproveitadas para visitar os 3 filhos, bem formados e melhor empregados, que lhe deram 4 netinhos, orgulho dos vovôs babados e que lhe ajudavam a esquecer mais as maleitas de que padeciam.
Entretanto a saúde de Maria vai-se degradando seriamente, Teodoro já quase só se ocupa da sua Maria, deixando todos os restantes trabalhos caseiros, que penívelmente ainda ia fazendo para trás.
A sua Maria tem de viver, pensa Teodoro...
Não seria justo o Criador deixar Teodoro sozinho, a sua Maria merecia recolher os frutos de tantas canseiras, mereciam viver muitos e bons anos juntos, partilhando mais alegrias que tristezas, mereciam realizar o fim que tinham idealizado.
Mas a natureza é implacável, misteriosa e por vezes cruel e um belo dia Maria partiu para o Além, deixando Teodoro no maior dos sofrimentos. Amparado por amigos e familiares, foi necessários meses para Teodoro se recompor para uma nova vida.
Agora sozinho!!!
Com os filhos longe, a saúde e o gosto de viver cada vez menore, não restou outra alternativa a Teodoro do que ir para o Lar de Idosos da terra. Gare de partida para o Além, (estação de partida para o além) como sempre dizia Teodoro, que nunca tinha previsto este fim.
Mais um Natal se aproxima, este o mais triste de todos para o Teodoro, que banhado em lágrimas, recorda outros Natais, os da sua infância.
As consoadas na modesta casa familiar com os seus pais, irmãos e avôs, que acabaram os seus dias em casa da filha mais velha, rodeados com todas as atenções e carinhos, não precisaram ir acabar em Lares. Sempre á espera de uma visita fugidia, em datas imprevistas, e sujeitos a programas e horários de "desenferrujamento" quando o que desejam, muitas vezes, é que os deixem tranquilos.
No chuvoso mês de Dezembro a poucos dias do Natal, em noites de nítido firmamento, Teodoro percorre longamente todo o espaço celeste ao alcance da sua retina, convencido que a sua Maria algures lá de cima, qual estrela mais cintilante, está guiando os seus passos, como sua Deusa protectora, seu anjo da guarda, esperando pacientemente o dia do reencontro natural com o seu amado, para o merecido descanso eterno.
Obrigado amigo, pela tua partilha, Um beijo em teu coração
pela tua amizade e dedicação...
Nada mais me resta dizer...
Aqui fica um momento digno de reflexão...
Depois de uma viagem á Alemanha que fiz, regressei ao meu país, ás minhas raizes para junto dos meus filhos que sentiram saudades minhas e eu deles.
Mas esta viagem me ensinou algo...
Aliás muita coisa, mas hoje vou contar duas historias sucedidas durante esses sete dias....
A primeira foi no aviao quando saí do meu Portugal...
Levava um sentimento misto, porque tinha deixado meus filhos pela primeira vez durante dois anos em que resido em Portugal.
Outra porque ia ao encontro do meu marido que vive lá sozinho e nos vemos esporadicamente....
Depois voltar a ver o País onde residi durante 20 anos, (amigos, conhecidos e meu meio profissional)
enquanto ia pensando como iria encontrar todo esse mundo de novo e pensando se meus filhos ficariam bem, durante uma semana em que eu nao estaria pessoalmente presente.
Nem dei conta das pessoas que entravam para o aviao....
18c era o meu lugar, quando o avistei ninguem lá estava entao me sentei no meu devido lugar, lado corredor....
As pessoas iam chegando sem eu dar por ela, tinha em minha mao um livro que me tinha sido oferecido uns anos antes (Nunca deixe de sonhar)
Esse titulo me cai como uma luva, porque eu amo sonhar...
Quando de repente sinto alguem a meu lado sem nada dizer mas a presença eu senti....
Olhei e vi um casal, os dois muito altos, olhavam para mim imoveis...
Sorri e disse... São vossos lugares? Abanaram com a cabeça que sim...
Me levantei e deixar passar, o homem lado janela e a senhora meio...
O voo levantou e tudo estava a correr bem, enfim mais ao menos porque adoro viajar lado janela para tudo poder observar e nesse dia estava fora de questao...
Entao mergulhei-me uma vez mais na leitura...
A senhora pega numa caixa de bonbons e dá para o marido e pega num tambem...
Eu tentava concentrar-me na leitura, mas estava a ser imposivel porque senti-me estranha sentada ao lado de duas pessoas e sem conversa ou sorriso...
Uma das vezes que olhei para ela sorri, ela deu um ar de sua graça mas sem nada mais....
Bem o barrulho dos motores comecaram a encomodar-me pois eu estava sentada ao lado de uma das asas do aviao...
Peguei no meu pacote de chiclas (Chiclettes, Kauggummi, pastilha elastica) porque dizem os entendidos da materia que é bom para nao ficarmos surdos...
Olhei para a senhora e ofereci, onde ela me diz nao obrigada, ofereci ao marido onde ele tambem dise que não mas com um sorriso...
eu mastiguei a minha chicla e ia lendo tranquilamente....
Pouco tempo depois a senhora pega na caixa de bombom e me oferece com um grande sorriso...
Eu respondi, obrigada mas tenho a minha chicla por causa do ruido dos motores...
ela me responde em Alemao, porque o casal era Alemao que os bombons tambem era precisamente para evitar a surdez dos ruidos...
sorrimos as duas aliás os trés e fomos trocando umas palavras do que faziamos do que pretendiamos etc.
Pouco tempo depois de termos tomado uma bebida e de descansarmos um pouco...
Eu fiquei a pensar....
Um pequeno gesto val mais do que grandes obras....
Não esperes que ninguem deia nada para o devolveres....
Se sentes a necessidade em partilhar, entao partilha porque o resto vem sozinho...
Amostra o quanto é bom ser amigo para que esse amigo sinta a força para ser amigo tambem...
A segunda historia é ter familiares a viver no Brasil, muitos deles nao os conheço infelizmente...
Mas nos falamos via internete....
quando alguns deles nos vieram vizitar a Portugal este verão, conversamos muito e falamos do que temos e outros temas...
Quando souberam que eu tinha vivido na Alemanha e que meu marido ainda lá vivia, tentaram saber onde...
Entao me disseram que tinham um amigo muito especial deles a viver em Colonia 60km de onde eu vivia...
E que gostariam muito que o conhecesse-mos pois era uma pessoa muito especial para eles...
Estaria a viver na alemanha á pouco tempo com a esposa recem-casados.
Eu disse um dia que lá volte será um prazer conhecer alguem sendo tao proximo dos meus familiares....
a decisao foi tomada que este mes eu viajaria até lá....
Entao os contactos foram trocados e o encontro marcado...
Ao sair do aeroporto no dia 22 de outubro, tinha destino marcado que nao viria para minha cidade sem conhecer essas pessoas que tao bem me falaram delas...
E assim aconteceu, cheguei a colonia e tinha á minha espera meu marido e minha melhor amiga ( Claudia Frerix) que fez questao em me vir esperar....
Fiquei agradavelmente surprendida porque tudo foi feito com muita descrição (Seria uma surpreza para mim)
A maior surpresa ainda foi quando ela tira do saco os copos de champanhe e a garrafa e brindamos no aeroporto mesmo ahahahahha
pensei que estava num filme, que este mundo nao era o meu, mas ao mesmo tempo muito feliz por ser uma das protogonistas...
Saimos do aeroporto e fomos ao encontro do casal amigo...
Nao sabiamos como eram e o que nos esperava... Chegamos ao local marcado e um carro preto nos esperava, instintivamente sabiamos quem era...
O momento foi muito rapido ès o Rui? sim sou, é a Alzira? sim sou...
Nos comprimentamos ao mesmo tempo está a esposa do Rui a sair do carro ajudando uma senhora com mais idade a sair do carro...
Quando me cheguei perto e disse Olá ia me apresentar quando a senhora com mais idade me deu um abraço bem forte com muito carinho...
Eu disse... Nossa que este abraço me parece bem portugues... Entao ela me responde (Eu sou Portuguesa e do porto)
Sem saber o porquê caimos abaraçadas mais uma vez D.Conceição é o nome dela e D. Ceiça pelos afeiçoados, como meu primo Sergio que tanto admira esta senhora.
Conheci a Andrea esposa do Rui, uma beldade de pessoa muito natural e muito simpatica....
as conversas se trocavam e multiplicavam que decidimos ir tomar café a uma padaria portuguesa da cidade....
Aí entao foram trocadas impressoes fomos nos conhecendo e falando dos meus familiares....
Até que a hora de regressar a casa chegou pois eu estava cansada e nada sentia....
Ficamos em nos encontrar novamente enquanto eu estaria na Alemanha....
Poucos dias depois convidamos eles para virem á nossa Cidade Krefeld Jantar á Associação (Comida bem Portuguesa)
O que aconteceu no domingo á noite....
Foi uma noite enesquecivel, a boa disposição era uma constante as conversas multiplicas sobre os nossos paises Brasil, Portugal e alemanha...
mas acima de tudo sobre os nossos familiares....
Algo que me marcou foi a forma em como a D. Conceição ama o seu país Portugal e conhece tudo o que está a acontecer mesmo distante....
È uma senhora sem duvida lutadora e culta..
Adorei fazer estes conhecimentos e que sem duvida alguma vao parmenecer...
Obrigados amigos pelo carinho e simpatia....
Rui e Andrea desejo-vos a melhor sorte do mundo e que vosso caminho seja sempre iluminado de felicidade....
Moral da historia...
Fazer novas amizades é algo de muito especial....
Ter amigos nunca é demais, mesmo a distancia nao empede que nossos corações deixem fazer novos laços de amizade...
Como o mundo é pequeno do outro lado do oceano encontramos sempre alguem com quem nos edentificamos
Eu digo Alem-mar há um mundo á minha espera, ou á tua!!!!
Beijos com carinho aos amigos espalhados pelo mundo e á minha familia além-mar