Que dirias se um dia eu partisse
meus sarrabiscos nunca mais lesses
meu sorriso nunca mais vices
minha voz nunca mais ouvisses
minhas mimicas ficariam frígidas
pelo rigor dos músculos que não movem
não sentem
ás vezes no silencio do meu quarto penso na minha partida
vaguei-o na branda lembrança...
dos dias em que sorri
em que para ti percorri sonhos com a certeza da solidão
levava comigo a força do vulcão
gritei toda a raiva que o amor me ditava
toda a calma que a alma aclamava
tudo quanto soube em ti depositei
hoje nada mais sei
Sei apenas que se partisse
algumas lagrimas iriam juntar-se ao rio
o tempo, apenas o tempo do aliviar a consciência
Depois a primavera voltaria noutro sorriso
noutra voz, noutras poesias
e eu...
Ficaria eternamente calada sem sentir
sem cheirar, sem sorrir, até mesmo sem chorar
o tempo passa fico como a lembrança branda
de um dia ter dito, desejado e nunca vivido
Acordei...
acordei de um sonho ou pesadelo
de uma luta ou uma treva
só sei que acordei
Sorrio á vida quero nela permanecer
ser amor vulcânica rebentar o que vai em mim somente em mim
se por ti já tinha morrido
aprisionada ao grisalho de cada manha
á voz que não pode libertar-se
o sorriso coberto pela lagrima
e tanta pagina branca ficaria
essa que só eu posso preencher
que só eu posso escrever
para isso necessito viver
viver a liberdade que me viu um dia nascer...
Mais uma vez digo Adeus…
Este meu poste é dirigido a quem me lê e aquém se deve admirar pela minha ausência prolongada…
Depois de muito tempo de reflexão, tomei uma decisão…
Vou partir…
Dizer novamente adeus ao torrão que me viu nascer, e nunca crescer…
Depois de uma longa estadia na emigração decidi voltar, pela saudade contida em mim..
Em minha alma…
Então regressei a Portugal cheia de alegria e ambição…
Ao fim de 4 anos de estadia em Portugal, decido de livre vontade emigrar novamente…
Levo muito comigo, tanto negativo como positivo.
Mas o negativo supera, então decidi mesmo, vou partir para outro rumo…
Onde a vida económica está melhor, onde a cultura geral acima está, onde me oferecem melhores condições de vida…
O idioma não é problema, domino bem…
sinceramente deixo aqui um grande pedaço de mim…
Meu coração está dividido, minha razão me diz que é a melhor opção…
Hoje ao escrever sinto-me como “Linda de Suza” duas malas de cartão numa terra distante…
E parto para uma vida nova….
Irei continuar com meus blogues, até porque não serei eu sem eles…
Demorarei um tempo até postar novamente, porque tenho muito que preparar…
Minha partida está marcada para dia 15 de Agosto…
Altura em que os emigrantes regressam á sua terra, eu parto…
Não pensem que se vão livrar de mim, apenas vos peço um tempo para nova adaptação…
Agora bloqueei, não queria me emocionar ao escrever este poste e logo fico cega com lágrimas nos olhos…
Verdade que me custa partir, até porque lutei tanto pela minha integração, pelo posto que ocupo profissionalmente e tanto mais…
Minha decisão foi tomada tempo após tempo..
Não foi precipitada até porque não queria mais emigrar…
Hoje sinto que não vou emigrar, mas sim viajar…
Ocupar outro tempo, outro espaço, outras condições e um dia voltarei para gozar ferias…
Até porque o nosso país se tornou mais uma colónia de ferias para quem tem posses, do que o nosso país onde possamos viver dignamente…
Me desculpem a ousadia mas é assim que penso…
È evidente que parto revoltada…
Mas são assuntos políticos que nunca poderei aceitar, nem discutir…
“Como diz o ditado quem se sente a mais que saia e é o que vou fazer”
Uma beijoca para vós e ficaremos sempre em contacto…
Quem sabe será quando estarei de ferias que alguns de nós se encontrarão para um café uma boas risotas e um até sempre…
O outro lado da ilusão
Um dia regressei
Porque partiste…
deixando um vazio, em mim
um atropelamento de sentimentos sem fim
um vai e vem no meu peito
que arde e dói
pela lembrança
ou será pela esperança
não consigo esquecer teu rosto
teu corpo
sacudo a cabeça para parar
para novo rumo encontrar
Mas…
Continuas presente
olhando para mim sorridente
na ausência de te ver
consigo contigo sonhar
te recordar
quanto tempo ainda
antes que a neblina comece a ficar mais espessa
que deixe de te ver de te recordar
não quero esse pensamento
sou prisioneira no teu querer
no teu entender
jogas o jogo da sedução
levando a meta da ilusão
não sei se vens, se vais
Se permaneces ou se sais..
Deixas a fragrância do teu perfume
do teu olhar, desse teu beijar
e o desejo em mim despertar
fostes
Deixando-me a recordação
essa que dói e corrói meu coração
não são palavras fúteis e vazias
nem mesmo frias…
È um grito de saudosismo
do que foi e do que é
Alzira Macedo