
Porque partiste…
deixando um vazio, em mim
um atropelamento de sentimentos sem fim
um vai e vem no meu peito
que arde e dói
pela lembrança
ou será pela esperança
não consigo esquecer teu rosto
teu corpo
sacudo a cabeça para parar
para novo rumo encontrar
Mas…
Continuas presente
olhando para mim sorridente
na ausência de te ver
consigo contigo sonhar
te recordar
quanto tempo ainda
antes que a neblina comece a ficar mais espessa
que deixe de te ver de te recordar
não quero esse pensamento
sou prisioneira no teu querer
no teu entender
jogas o jogo da sedução
levando a meta da ilusão
não sei se vens, se vais
Se permaneces ou se sais..
Deixas a fragrância do teu perfume
do teu olhar, desse teu beijar
e o desejo em mim despertar
fostes
Deixando-me a recordação
essa que dói e corrói meu coração
não são palavras fúteis e vazias
nem mesmo frias…
È um grito de saudosismo
do que foi e do que é
Alzira Macedo
Como a essência do perfume, que vai suavemente á deriva no vento.
Sinto-me volátil, pelo mar, pelo espaço nunca navegado…

Quanta paz eu teria, se fosse feita de material
Mas não sou…
Que agradável seria, se fosse essência de perfume
Mas não sou…
Quanto calor daria, se fosse sol
Mas não sou…
Que belo luar faria, se fosse lua
mas não sou…
Serena e cristalina, se fosse rio
mas não sou…
Belo e forte, se fosse o "Amor"
mas não sou…
Simpatica e alegre, se fosse a "Amizade"
mas não sou…
E poderia continuar por muito mais dizendo, o que poderia ser e não sou…
Porque o que sou!!! Está á vista…
Sou ser humano com defeitos e qualidades…
Dou sem medida, sem exigir, entrego-me de pés e cabeça sem olhar para trás... Em todos os aspectos…
Dou carinho, afecto, amor, sinceridade, amizade, confiança...
O que me resta?..
Dor…
Pela incompreensão, pelo egoísmo.
Penso que são as palavras mais justas e certas para defenir o meu sentimento de hoje..
Há dias que nos sentimos como se já partimos e voltamos sonâmbulas,
que estamos em transe, num filme que não é nosso.
Sentimo-nos paradas no tempo que já não nos pertence…
Ou será que o mundo cresceu e eu não dei por ela…
Quero ter voz activa, mas o som recusa-se a sair.
Já não sei o que é o certo ou o errado…
O que posso ou não, o que quero, posso e devo fazer…
Parei completamente…
Parei e não quero mais andar...
sofrer mais?
Não obrigados, sem mim…
Prefiro ficar aqui, sozinha parada ente o real e o irreal sem mais nada…
Alzira Macedo